Semana Mundial de Conscientização Sobre o Uso de Antimicrobianos

 19/11/2020

Essa semana foi proposta pela OMS com o objetivo de aumentar a conscientização sobre a resistência global aos antimicrobianos e incentivar as melhores práticas entre o público em geral, profissionais de saúde e formuladores de políticas para evitar o surgimento e a disseminação da resistência aos antimicrobianos.

Desde a sua descoberta em 1945, os antimicrobianos têm servido como a pedra angular da medicina moderna. No entanto, o uso excessivo e persistente desses medicamentos na saúde humana e animal levou ao surgimento e à disseminação da resistência aos antimicrobianos.

Esse fenômeno ocorre quando microrganismos, como as bactérias, tornam-se resistentes às drogas usadas para tratar as infecções causadas por eles, deixando-nos sem opções terapêuticas para diversos tipos de infecções como pneumonias e infecções urinárias, levando, desta forma, os indivíduos à óbito por falta de tratamento.

Em reunião ocorrida em maio de 2020 a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), a Organização Mundial para a Saúde Animal (OIE) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), decidiram expandir o foco das celebrações da Semana Mundial de Conscientização Sobre o Uso de Antibióticos que ocorre anualmente de 18 a 24 de novembro e, a partir de 2020, a campanha passará a utilizar um termo mais abrangente e inclusivo, substituindo antibióticos por "antimicrobianos".

O tema definido para o setor de saúde humana é “Unidos para preservar os antimicrobianos” e o slogan da campanha é "Antimicrobianos: manuseie com cuidado".

Um plano de ação global para enfrentar o problema crescente da resistência a antibióticos e a outros medicamentos antimicrobianos foi endossado na 68ª Assembleia Mundial da Saúde, em maio de 2015. Um dos principais objetivos do plano é aumentar a conscientização e a compreensão do tema por meio da comunicação, educação e treinamento eficazes.

A resistência antimicrobiana ocorre quando os micro-organismos (bactérias, fungos, vírus e parasitas) mudam ao serem expostos a medicamentos antimicrobianos (antibióticos, antifúngicos, antivirais, antimaláricos e anti-helmínticos). Os micro-organismos que desenvolvem resistência antimicrobiana às vezes são chamados de "superbactérias". Como resultado, os medicamentos se tornam ineficazes e as infecções persistem no organismo, aumentando o risco de propagação para outras pessoas.

O problema é uma grave ameaça à saúde pública global e requer ação em todos os setores governamentais e na sociedade, pois põe em risco a prevenção e o tratamento eficazes de uma gama cada vez maior de infecções.

A resistência aos antimicrobianos afeta o tratamento de infecções adquiridas na comunidade e também as adquiridas em hospitais, causando grande aumento nos custos da assistência médica devido à necessidade de medicamentos mais caros e de uma estadia hospitalar prolongada.

Patógenos multirresistentes são responsáveis pelo aumento da morbimortalidade de pacientes internados em hospitais, afetando a maioria dos pacientes frágeis, em unidades de terapia intensiva, oncologia e neonatologia, que geralmente resultam em alta mortalidade. 

Controle da resistência: 

As principais ações que contribuem para a contenção da resistência antimicrobiana são:

  • Prescrição adequada de antimicrobianos;
  • Educação comunitária;
  • Monitoramento da resistência e infecções associadas à assistência à saúde;
  • Cumprimento da legislação sobre uso e dispensação desses medicamentos.

A resistência antimicrobiana é um problema complexo que afeta toda a sociedade e é impulsionada por muitos fatores interconectados. Intervenções isoladas têm impacto limitado, sendo necessária uma ação coordenada para minimizar o surgimento e a disseminação da resistência antimicrobiana, bem como investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos, vacinas e ferramentas de diagnóstico.

Fontes:

  1. Agência Nacional de Vigilância Sanitária
  2. Agenda de Saúde Sustentável para as Américas 2018-2030
  3. Organização Mundial da Saúde (OMS)
  4. Organização Panamericana de Saúde (OPAS)